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quinta-feira, 24 de março de 2011

Projovem Urbano de Jacobina:Turma de QP: Turismo e Hospitalidade

VISITA TÉCNICA AO FIESTA PARK HOTEL DA CIDADE DE JACOBINA-BAHIA.


AULA DE PRIMEIROS-SOCORROS



FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO DE FIM DE ANO.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sobre a atividade prática interdisciplinar - Jacobina/Bahia


EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM BINÔMIO INSDISSOCIÁVEL
                                          Emille Mena Lima Menezes[1]

            O meio ambiente, durante anos, vem sofrendo de forma agressiva e ininterrupta as consequências das ações antrópicas negativas. O homem foi evoluindo ao longo do tempo, e diante dessa evolução ele foi se colocando como um ser independente da natureza.
            Fazendo uma relação entre o homem primitivo e o homem moderno, este primeiro se sentia parte integrante da natureza. Na verdade, o homem primitivo possuía um instinto de preservação, adquirida a partir da prática do nomadismo que permitia certa consciência de que sem a natureza não eram capazes de sobreviver, e por isso retiravam do meio natural o essencial para sua sobrevivência. Era o conhecimento empírico de que, quanto menos explorasse os recursos existentes na área de vivência, por mais tempo garantiriam a sua estadia no local.
            O homem moderno, por sua vez, com todo o avanço ocorrido nos últimos tempos e com todo o aparato tecnológico de que dispõe, perdeu a noção de que é parte integrante da natureza. Este homem, centrado no modo de vida capitalista, busca sempre o crescimento econômico, age sobre o ambiente de forma desarmônica, pois ele não vê a natureza também como meio de sobrevivência, e sim apenas como fonte de renda e de lucro, causando assim, grandes desequilíbrios ambientais.
            Analisando essa relação homem-natureza identifica-se, segundo Sauvé em suas concepções paradigmáticas, o ambiente como recurso, onde os recursos naturais funcionam apenas como matéria-prima e a função do homem é transformá-los em se benefício, para garantir a sobrevivência. Essa noção assemelha-se à visão antropocêntrica de meio ambiente, corroborada por Marco Barzano, segundo o qual o homem se coloca como centro do universo, isolando-se em suas relações com o ambiente, dominando-o e colocando-o a seu serviço, ou seja, nessa concepção a natureza existe apenas para servir ao homem e garantir-lhe a sobrevivência.
            Todo esse uso desenfreado dos recursos naturais, sobretudo os não renováveis, e os enormes impactos das ações negativas do ser humano sobre o meio tem gerado consequências de proporções alarmantes na esfera global. E, por isso mesmo, desencadeado discussões em todo o mundo na tentativa de encontrar soluções que ajudem a minimizar esse processo de degradação do meio ambiente. O consenso é que o ponto de partida centra-se no trabalho de conscientização/sensibilização do ser humano para tornar a intervenção humana sobre o ambiente uma ação ecologicamente equilibrada. Acredita-se que apenas um cidadão consciente dos seus atos e sensibilizado com o impacto causado por suas ações sobre o meio e capaz de viver harmoniosamente com o ambiente em que está inserido.
            Esse trabalho de conscientização/sensibilização tem como principal ferramenta de atuação a Educação. É a partir dela que se promove uma reconfiguração da inter-relação homem-natureza. Já não cabe mais a visão antropocêntrica. Presa-se por uma relação sócio-ambiental equilibrada, vista como uma via de mão dupla. Trata-se de uma relação mútua e dialética, onde a sociedade influencia o homem e o homem influencia a sociedade, dentro do processo educacional. Clama-se pelo desenvolvimento sustentável. E para que se alcance a sustentabilidade, é necessário que a educação seja promovida em seus diversos setores e por seus diferentes agentes sociais, e é direito de todos.
            A educação, em todas as suas dimensões – formal, não-formal e informal – deve funcionar como a mola propulsora de todo esse processo de busca pela sustentabilidade. Ela promove a reflexão das práticas sociais, buscando uma equilibrada relação sócio-ambiental, gerando uma produção de conhecimento que venha permitir alcançar o sustentável. Dentro de tudo isso, os atores sociais são de extrema importância porque são de onde partem as ações positivas. É também através da educação contínua e consistente que se consegue promover a quebra de paradigmas que permite atitudes proativas e mudança de pensamentos que levam à sustentabilidade e responsabilidade ética.
            A idéia intrínseca não é a de não mais fazer uso dos recursos naturais, e sim a de utilizá-los de forma consciente para garantir que as gerações futuras também sejam beneficiadas com esses recursos que garantem a nossa existência.
            O tratamento dado à Educação Ambiental deve ser pautado na interdisciplinaridade e na transversalidade. Isso significa que, todas as disciplinas pertencentes à grade curricular das instituições de ensino e todas as diversas outras formas de educação, nos diversos âmbitos sociais devem estar engajados para promover o conhecimento ambiental e ter, no planejamento de cada uma delas, de maneira clara e objetiva a educação ambiental. Mas como só a teoria não promove o ensino-aprendizagem, a educação deve ser praticada. Deve fazer parte do cotidiano do aluno e estar presente na vivência da sala de aula e pautada na realidade local. E assim deve ser em todas as esferas do conhecimento e da sociedade. É a democratização da educação.
            Dentro do processo educacional, a auto-educação também auxilia na promoção da mudança de comportamento frente à questão ambiental. É imprescindível a formação crítico-reflexiva do cidadão. Esse é um dos objetivos da educação ambiental. Somente um cidadão de análise e perspectiva crítica é capaz de exigir a participação efetiva do governo na busca pelo desenvolvimento sustentável. E ele deve exigir que, nos âmbitos local, regional e global, a vontade política deve fazer valer as leis ambientais aprovadas, executando o que está regulamentado e fiscalizando e punindo os infratores.
            Funciona como um sistema de retroalimentação. Um ciclo contínuo que se torna num constante planejar, executar, avaliar, diagnosticar. O foco de tudo isso é o desenvolvimento sustentável, que almeja a viabilidade econômica e ecológica. Entende-se aqui, por desenvolvimento sustentável, a promoção do desenvolvimento econômico, a partir da preservação ambiental e uso racional dos recursos naturais não renováveis, não esquecendo de, além de satisfazer necessidades das gerações presentes, atender as demandas das futuras gerações, focando também a promoção da saúde ambiental como um todo. Para que esse desenvolvimento se torne viável e se concretize, Sachs aponta cinco dimensões que devem ser observadas no seu planejamento: social, cultural, econômico, ecológico e espacial.
            É fundamental destacar, e aqui também é papel da educação, que a coparticipação e corresponsabilidade deve ser um princípio na luta pelo sustentável. Todas as esferas sociais, políticas, instituições de ensino, ONG´s, associações, dentre outras, devem formar uma rede de atuação, ou seja, devem estar de mãos dadas em prol de um objetivo comum. E aqui está incluída a qualidade de vida humana e dos ecossistemas planetários.
            Quando se pensa em desenvolvimento não se pode esquecer que, apesar de começar pela educação, saúde lazer, moradia, distribuição de renda, entre outros aspectos, são necessidades inerentes ao ser humano e devem ser considerados dentro desse processo por representar qualidade de vida. O que se sabe é que já não se concebe, atualmente, o homem e a natureza como elementos independentes. Um influencia o outro e o caminho para a boa vivência leva à sustentabilidade.


[1] Educadora do ProJovem, Jacobina - Bahia. Graduada em Geografia ,pós-graduanda em Gestão Ambiental e Sustentabilidade e Especialista em Gestão Pública.