Visualizações

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A menina, a pedra e o cavalo


Contam que em certa ocasião, uma menina entrou no ateliê de um escultor. durante um longo momento, ficou admirando todas as coisas assombrosas do ateliê: martelos, cinzéis, pedaços de esculturas rejeitadas, esboços, bustos, troncos... Mas o que mais impressionou a menina foi uma enorme pedra no centro do ateliê. Era uma pedra tosca, cheia de machucaduras e feridas, desigual, trazida numa penosa e longa viagem da longínqua serra. A menina ficou “acariciando” a pedra com os olhos e, depois de um instante, foi embora. Ela voltou ao ateliê poucos meses mais tarde e viu surpresa que, no lugar da enorme pedra, se erguia um belíssimo cavalo que lhe parecia ansioso para libertar-se da rigidez da estátua e começar a galopar. A menina se dirigiu ao escultor e lhe disse: “como você sabia que dentro dessa pedra se escondia esse cavalo?”.


Educar vem da palavra latina “educere”, que significa “tirar de dentro”. É educador quem não vê o aluno a pedra tosca e desigual que nós vemos, mas a obra de arte que se esconde dentro de cada um deles, e entende sua missão com aquele que ajuda a limar as asperezas, a curar as machucaduras, contribuindo para aflorar e se manifestar o ser maravilhoso que todos carregamos potencialmente.

(do livro “Educar valores e o valor de educar – parábolas”, de Antonio Pérez Esclarin – Editora Paulus)


por: Emille Menezes

Um comentário:

  1. O processo de educar, ao contrário do ensinar, deve ser postulado como algo interno, profundo e não-superficial.
    É um processo de descoberta convergente entre sujeito e objeto, no qual ao transformarmos nos transformamos.
    Complementando o texto, recomendo a leitura de Huberto Rohden.

    Mais uma vez, parabéns pela escolha do texto!!!

    ResponderExcluir